O pensamento como matéria: saco dentro de sacos

Todo conceito (reticências), abre-se dentro de um buraco que se fecha, alegoricamente, um saco. A imagem projetada deste ambiente físico-imaterial realça a identidade de um corpo que se aproxima da catástrofe, um fim iminente e que expresso de outra forma, nos invade as sensações de agonia e de catatonia, império performático de um corpo ausente. Este estado performativo, da mente e não somente do corpo em causa ou nu, redimensiona as possibilidades do pensamento intrínseco ao objeto abjeto. Toda relação casual é necessária, escroto, morte, bloqueio, segurança, transporte, violência, lixo, necessidade, valor, uso, descartabilidade, inutilidade, reaproveitamento, não-comestível, degradação, oco, vazio, sem ar, colado, silencioso, ausência… este estado saco, propõe um olhar funeral ao homem contemporâneo, ou mesmo um retorno ao instintos maternais e de autogestão da matéria e do pensamento.
Segunda pele, plastificação do homem, banalização da carne racional, podrificação da racionalidade, isto é, um descarte do corpo para que a mente perca suas dívidas e a apropriação do presente seja manifesta.
A presença do outro (um público sem saber de si como público), desterritorializa a vida, um caos animalizado, uma imagem desumanizada do ser-mente e ser corpo, condição politica pré-arte que inviabiliza a moralização ética, econômica, estética, racional. Essa condição de inutilidade do humano demonstra, de certa forma, coisificação da racionalidade superior do mesmo. O inútil é descartado. Um corpo em descarte.
O que impele o corpo ao lixo e mesmo que sem razão, o atrofia no espaço de si mesmo sem a negação ou estima da existência? Ou então, de que forma projetar a subjetividade individual e manifesta-se no espaço, dentro de um outro estado de subjetivação social, cuja potencia desmaterializa o estado arte, o estado politico, o estado ação, o manifesto?  Estamos todos dentro de um saco, uns mais visíveis e outros menos temporais/materiais.  Estamos envoltos de varias camadas de “plásticos” e mesmo quando entendemos estar dentro de um – não há saída.
De que forma aquele corpo saco altera aquele que vê e/ou aquele que faz?

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